Lixão da Moda: Prejuízo Ambiental Causado pela Indústria Fashion no Brasil e no Mundo

Entenda como o Lixo Têxtil está prejudicando o meio ambiente e como você, indiretamente, faz parte disso

A indústria da moda é uma das mais poderosas do mundo, mas também uma das mais poluentes. Todos os anos, milhões de toneladas de roupas são produzidas, compradas e, finalmente, descartadas, tornando-se parte de um ciclo de desperdício que está destruindo o meio ambiente.

Recentemente um documentário da BBC chamou a atenção para o problema ao revelar um gigantesco lixão de roupas no Deserto do Atacama, no Chile, que pode ser visto até mesmo do espaço, via satélite.

O “lixo têxtil” gerado pela indústria fashion tem impactos devastadores, não só na natureza, mas também nas comunidades e nos ecossistemas que dependem dos recursos naturais.

Em uma das regiões mais desoladas e secas do mundo, o Deserto do Atacama, no Chile, o lixo têxtil se acumulou em enormes montanhas de roupas e tecidos descartados. Estas roupas, muitas vezes feitas de materiais sintéticos como poliéster e nylon, demoram centenas de anos para se decompor, deixando uma marca indelével no meio ambiente. O impacto do lixo têxtil é imenso, afetando a qualidade da água, o solo e até o clima. Mas, apesar disso, muitos consumidores continuam comprando em ritmo acelerado, sem perceber o papel que desempenham nesse ciclo de destruição.

O Crescimento Exponencial da Indústria Fashion e o Problema do Lixo Têxtil

A indústria da moda tem um poder de consumo impressionante. Todos os anos, são produzidas cerca de 9 bilhões de peças de roupa no Brasil, o que significa que cada brasileiro consome, em média, mais de 40 peças de roupa anuais. Esse ritmo frenético de produção e compra resulta em uma quantidade alarmante de resíduos têxteis. Estima-se que no Brasil, mais de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis sejam descartadas anualmente. Esses resíduos são compostos por roupas velhas, restos de tecidos da indústria da moda e até peças de couro. E o que acontece com esses materiais depois que são descartados?

Grande parte acaba em aterros sanitários, mas uma parte significativa vai para locais como o Deserto do Atacama ou Acra, em Gana, onde enormes pilhas de roupas se tornam parte do cenário. E isso não é um problema isolado. Essas montanhas de roupas não desaparecem; elas persistem no meio ambiente, causando danos irreparáveis. As roupas feitas de materiais sintéticos, como o poliéster, podem levar até 400 anos para se decompor. Mesmo o algodão, um material considerado mais natural, pode demorar mais de 20 anos para desaparecer por completo. Durante esse tempo, as peças de roupa liberam substâncias químicas, corantes e plásticos que contaminam o solo e os corpos d’água, afetando toda a biodiversidade local.

Como o Desperdício Têxtil Afeta o Meio Ambiente?

O lixo têxtil não afeta apenas os locais de descarte, como os desertos e os lixões. Os componentes químicos usados na fabricação das roupas, como tinturas, materiais derivados do petróleo e outros aditivos, têm um efeito negativo sobre o meio ambiente, mesmo antes de chegarem ao ponto de descarte. As tinturas, por exemplo, liberam substâncias tóxicas quando entram em contato com o solo ou com a água, prejudicando a fauna e flora locais. Além disso, os tecidos sintéticos, que são amplamente utilizados na moda atual devido ao seu custo mais baixo, são derivados do petróleo, uma fonte não renovável que contribui para a poluição global e o aquecimento climático.

Quando as roupas são descartadas em grande quantidade, como acontece nos lixões do Deserto do Atacama, essas substâncias químicas continuam a se acumular, agravando ainda mais o impacto ambiental. Para complicar, grande parte do lixo têxtil é incinerado em algumas regiões, liberando gases poluentes e partículas nocivas para a atmosfera.

Estimativa de Descarte da Indústria Têxtil no Brasil

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil descarta mais de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis por ano, o que equivale a cerca de 5% de todo o lixo produzido no país. Esses resíduos incluem roupas velhas, retalhos da indústria da moda e outros materiais relacionados à produção e consumo de vestuário.

Cidades que Mais Recebem Descartes Têxteis

No Brasil, não há um local específico destinado exclusivamente ao descarte de resíduos têxteis. No entanto, grandes centros urbanos e cidades com indústrias têxteis concentradas tendem a acumular mais esse tipo de lixo. Alguns exemplos incluem:

Lixo Têxtil: o Lado Sujo da Moda
  1. São Paulo (SP)
    Como maior centro econômico e de moda do Brasil, São Paulo é uma das principais cidades onde resíduos têxteis são gerados e descartados. Além disso, há muitas oficinas de costura e fábricas que contribuem para o acúmulo de sobras de tecido.
  2. Blumenau (SC)
    Conhecida como um dos maiores polos têxteis do Brasil, Blumenau concentra indústrias que produzem grande quantidade de resíduos na fabricação de roupas, tecidos e acessórios.
  3. Fortaleza (CE)
    Outro importante polo de moda e confecção, Fortaleza também lida com uma grande quantidade de resíduos oriundos da produção e consumo de roupas, especialmente devido à forte presença de indústrias de pequeno e médio porte.
  4. Caruaru (PE)
    Reconhecida por sua produção de moda em larga escala, Caruaru tem um impacto significativo no descarte têxtil, tanto pelos resíduos gerados localmente quanto pelos resíduos das feiras populares.
  5. Rio de Janeiro (RJ)
    Como uma das maiores cidades do país, o Rio de Janeiro também registra altos índices de descarte de resíduos têxteis, especialmente em comunidades e áreas de grande produção informal.

Destinação dos Resíduos

Grande parte dos resíduos têxteis ainda vai parar em aterros sanitários ou lixões. No entanto, cidades com maior conscientização ambiental começam a investir em programas de reciclagem e reutilização, como o reaproveitamento de tecidos em cooperativas e iniciativas de economia circular. Apesar disso, o volume reciclado ou reaproveitado ainda é pequeno em comparação à quantidade descartada.

Como Você está Indiretamente Participando dessa Realidade?

Mesmo sem perceber, você pode estar ajudando a perpetuar esse ciclo de desperdício e poluição. Por isso o primeiro passo que você precisa dar em direção a solução do problema é conscientizar-se de que ele existe e você é parte dele.

Mude esta realidade com escolhas sustentáveis

A maioria das pessoas não se dá conta do impacto que suas escolhas de consumo têm no planeta. Ao comprar roupas de marcas que não se preocupam com a sustentabilidade ou com o destino final de seus produtos, você está, indiretamente, contribuindo para o problema do lixo têxtil.

Cada nova peça que você adquire, muitas vezes em um impulso momentâneo, tem uma longa jornada até o seu fim. E esse fim, no caso da maioria das roupas, é o lixo. Seja doando para brechós, seja simplesmente jogando no lixo, o destino da roupa que você não usa mais é muitas vezes um aterro sanitário ou um lixão, onde ela ficará por centenas de anos, poluindo o meio ambiente.

A indústria da moda também alimenta o consumo excessivo, criando a ideia de que precisamos sempre de mais roupas, de mais novidades, mais tendências. O modelo de “fast fashion”, em que as roupas são produzidas em grande quantidade e a baixo custo, tem uma rápida rotatividade, o que faz com que o ciclo de consumo e descarte seja cada vez mais acelerado. Isso é um problema global, e você, enquanto consumidor, está inserido nesse sistema.

Iniciativas Sustentáveis no Mercado Têxtil

A indústria da moda está começando a dar passos em direção a um futuro mais sustentável. Diversas iniciativas foram criadas para minimizar o impacto ambiental do setor e promover práticas mais éticas e responsáveis. Aqui estão algumas das principais iniciativas sustentáveis no mercado têxtil:

1. Economia Circular e Upcycling

A economia circular é um modelo que visa reutilizar recursos de maneira contínua, evitando o desperdício. O upcycling, por exemplo, transforma roupas ou tecidos descartados em novos produtos com maior valor agregado, promovendo a criatividade e reduzindo a dependência de matérias-primas virgens.

2. Produção com Recursos Renováveis

Algumas empresas estão substituindo matérias-primas derivadas do petróleo por alternativas renováveis, como fibras feitas de bambu, cânhamo ou resíduos agrícolas. Essas práticas reduzem a emissão de carbono e o uso de recursos não renováveis.

3. Certificações e Rastreabilidade

Certificações como OEKO-TEX, GOTS (Global Organic Textile Standard) e Fair Trade garantem que os produtos atendam a padrões ambientais e sociais rigorosos. Além disso, marcas estão investindo em tecnologias de rastreabilidade, permitindo que os consumidores saibam a origem e o impacto de suas roupas.

5. Redução do Consumo de Água

A produção têxtil é notoriamente intensiva em consumo de água, especialmente na produção de algodão. Algumas empresas estão adotando técnicas como tingimento a seco ou algodão orgânico, que demandam muito menos água, contribuindo para a preservação desse recurso essencial.

5. Iniciativas de Reciclagem Pós-Consumo

Empresas estão criando programas de devolução, onde os consumidores podem entregar roupas usadas para reciclagem. Essas peças são transformadas em novos tecidos ou produtos, fechando o ciclo de vida do material.

6. Moda Slow Fashion

O movimento slow fashion incentiva um consumo mais consciente, priorizando qualidade em vez de quantidade. Ele promove a produção local, durabilidade das peças e um ritmo de consumo mais sustentável, em contraste com o modelo de fast fashion.

7. Tecnologias de Produção Limpa

Inovações como impressão 3D e tingimento digital estão sendo adotadas para reduzir o desperdício de materiais e a poluição gerada no processo de fabricação. Essas tecnologias tornam a produção mais eficiente e sustentável.

8. Uso de Tecidos Biodegradáveis

Marcas estão adotando tecidos que se decompõem rapidamente no meio ambiente, como o poliamida biodegradável (por exemplo, Amni Soul Eco). Diferente dos tecidos sintéticos tradicionais, que levam séculos para se decompor, esses materiais se desintegram em poucos anos quando descartados em aterros sanitários, reduzindo o acúmulo de lixo têxtil.

O Papel das Marcas Sustentáveis no Combate ao Lixo Têxtil

Felizmente, há alternativas que estão começando a surgir e que podem ajudar a reverter esse quadro. Marcas que priorizam a sustentabilidade e utilizam tecidos ecológicos estão fazendo a diferença. A Praliê Eco Fitness, por exemplo, é uma marca que utiliza tecidos biodegradáveis e ecológicos Amni Soul Eco em suas roupas de ginástica, ajudando a reduzir o impacto ambiental da indústria da moda. Ao escolher produtos feitos com materiais sustentáveis, você não está apenas adquirindo roupas de qualidade, mas também fazendo uma escolha consciente que contribui para um futuro mais sustentável.

Ao adotar um comportamento de consumo mais responsável, como optar por marcas que valorizam o reaproveitamento de materiais e que investem em tecnologias sustentáveis, você está ajudando a diminuir a quantidade de lixo têxtil produzido e, consequentemente, os danos ao meio ambiente. Além disso, apoiar empresas que utilizam tecidos biodegradáveis, como os utilizados pela Praliê Eco Fitness, é uma forma de reduzir a quantidade de resíduos que vão parar nos lixões e aterros sanitários.

Junte-se a nós e nos ajude a transformar o futuro da moda e do meio ambiente! Conheça as roupas fitness femininas da Praliê Eco Fitness e vista a mudança que você quer ver no mundo, com estilo, conforto e sustentabilidade.

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja Também:

© 2023 Praliê. Todos os direitos reservados.